segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Férias

Passámos uns dias em Lagos a curtir a praia e o calorzinho Algarvio.
O vento Norte continuava a soprar forte. 
Soube-me bem a praia embora as tardes se tenham tornado algo picantes com a areia a levantar voo. Mas de manhã estava-se bem.
Apareceu por lá o gigante Endeavour
Praiinha boa!


No fim da semana arrancámos para Norte nas calmas. No primeiro dia calmaria até Sines. Saímos às 8:30 chegámos às 23:00. 
A chegada foi emocionante com uma manada de golfinhos a acompanhar-nos durante bastante tempo fazendo as suas piruetas. O mar estava escuro mas a esteira dos golfinhos fluorescente permitia detectá-los a passar por baixo do casco e a cruzar a proa aos saltos.
Quando aterrámos o festival das tasquinhas ainda funcionava e ainda deu para ir comer o choco frito e outros petiscos.

A viagem para Sines deu tempo para pôr a leitura em dia



Gosto particularmente de Sines, não sei explicar bem porquê. 
A terra voltada ao mar, a marina simples mas bem protegida e com os serviços básicos (mas cuidado que ao Domingo não há gasoleo). 
Em Sines ao lado do grande Almirante
O clima, o Restinguinha e outros restaurantes também ajudam à festa.  
Acho que tem algo a ver com  também com um projecto profissional/pessoal que tive em tempos mas que nunca concretizei. 
A Praia de Sines    


Viajámos para Norte pela manhã no meio do nevoeiro. Eu estava com esperança que abrisse rapidamente, mas a espera prolongou-se até poucas milhas de Sesimbra. 
Pelo caminho ainda nos cruzámos com uma lancha patrulha com um amigo a bordo.
Ao chegar a Sesimbra decidimos parar mais um diazito para recuperar as forças e apreciar a praia local.

O nevoeiro a ''escorrer'' por cima do Cabo Espichel

Saímos de Sesimbra pela manhã em direção a Lisboa sem grande vento. 
Juntinho ao cabo
Mas ao virar o cabo Espichel pôs-se um ventinho agradável que nos ajudou a chegar a Lisboa sem recorrer ao motor. 
Tinhamos de fazer esta foto, não há muitas oportunidades assim
Foi particularmente agradável não ter de ouvir o motor e velejar ao longo da Costa.
Subindo o Tejo
À entrada da Barra de Lisboa o vento caiu outra vez mas uma vez passada a Marina de Oeiras veio um vento quente bom que nos empurrou Tejo acima até à Marina.
E assim acabaram as férias no Breeze. 
Agora há que recomeçar a época das regatas, que também nos vai divertindo.

Inté...



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Tour Portugal à Vela

Gostei de participar, acho que é um percurso que todos os velejadores Portugueses deviam fazer. 
A Costa Portugueza tem os seus encantos e não deixa de ser interessante reconhecer alguns pontos históricos e menos conhecidos de muita gente. É uma oportunidade única de passear acompanhado por outros com interesses próximos dos nossos.
O Breeze portou-se à altura
Já fiz várias Voltas em diversas ocasiões e contextos diferentes. 
Pessoalmente gostei muito desta, sem as vedetices e palhaçadas doutros tempos, gostei da falta dos media e dalgumas outras coisas que não me parece terem a ver com a Vela que apareciam noutras ocasiões.

A boa disposição é indispensável a bordo e felizmente continuou costa abaixo
Gostei da Organização sóbria e atenciosa e do recebimento franco e simpático nas Marinas por onde passámos.
De seguida passo pequeno relato:
No fim de Julho lá fomos pelo Atlântico abaixo em direção ao Algarve depois duma subida sem grande história.
Obrigado por tudo Joana e já sabes à noitinha arrefece, pois claro
 A primeira pernada foi até à Figueira da Foz com vento a ajudar e com o pessoal a acomodar-se à nova morada. Chegámos bem e o único percalço foi as baterias negarem-se a pôr o motor a funcionar na aproximação ao cabo Mondego. Fizémos-lhes umas cócegas  e finalmente conseguimos arrancar o motor para dar carga já na aproximação à linha. 
O Luis além de saber da bicharada toda com que fomos cruzando também tem este estilo quando agarra no timão que desarma qualquer Castafiore
Não ficámos muito bem na classificação mas ficámos felizes por ter chegado dentro do tempo limite apesar de na ultima meia hora termos muito que trabalhar para chegar à linha. O vento parou a alguma distância da chegada e tivémos de cambar não sei quantas vezes nesta ultima aproximação.
O pequeno grande marinheiro portou-se muito bem tendo-se equipado conforme as necessidades e dando exemplo a alguns adultos
A etapa seguinte era da Figueira a Cascais e saímos com bom vento para cumprir o percurso. Por volta da Berlenga o vento aumentou e o mar engrossou um bocadito. Mas o pior não era o tamanho; era uma vaga ruim que volta e meia nos entrava pela alheta e obrigava a uma correção forte no leme. 

Intrépido Navegador dos mares da Berlenga, agora de quase todo o mar Oceano banhando a costa Portugueza
Após a Berlenga continuámos mais um bocado para Oeste e quando cambámos a coisa melhorou muito. Com bom vento passámos o Cabo da Roca e acelerámos em direção ao Cabo Raso. Tudo nos conformes.
Mais uma vez após passarmos o Razo uma parada de quase 1 hora antes de conseguirmos cortar a linha.
Mesmo assim fizémos boa figura com a nossa melhor classificação 4º.
O Pedro fez de tudo:  proa, leme e conselheiro culinário, além de fornecedor oficial do Doré e  da adega de bordo
Na etapa seguinte de Cascais até Tróia a coisa parecia correr bem, rondámos o Espichel à frente dos adversários com velocidade semelhante mas fiz uma asneira brutal: 
Estavam muitos barcos parados na entrada da Barra de Setúbal e todos, ou quase todos se tinham colocado a Sul do canal para evitar a corrente vazante.  Estavam parados. Resolvi tentar o lado Norte. Parei também do lado Norte. 
Eis senão quando os barcos que vinham atrás de nós vêm em rumo direto, práticamente pelo meio da Barra cheiinhos de vento, em contracorrente, e passam pelo meio dos expectantes.
Para apanhar este vento tivémos de atravessar toda a Barra com a corrente contra e levámos em menos de 1 hora de navegação cerca de meia hora de atrazo. Toma!


Na Tróia, véspera da grande Etapa gozando o intervalo

A etapa seguinte era muito longa: Tróia- Lagos é um fartote, mas o vento fresquito empurrou-nos para Sul ao longo de quase 19 horas. Tivémos uma estratégia que não resultou muito bem e fomos o barco mais lento. 
Antes de tudo porque não me fizeram a sopa que eu pedi, essa foi a causa principal. 
Talvez devessemos ter subido o Spi quando o vento abrandou, afinal íamos numa regata. 
E escusávamos de ir tão a Sw. Quando cambámos andámos para aí umas 15 milhas (duas horas ao largo) para pôr S. Vicente pelo través e ainda por cima com a grande rizada e a meia carga que não dava para caçar mais com o Norte que ali estava. Não estava muito vento mas chegava para o Breeze mostrar as cuecas.( vi 33 nós mas  desconfio que não vi mais porque a vela rizada tapava a ''trónica'').
Tudo isto é fácil dizer depois, mas na hora....
A Ponta de Sagres é mesmo assim a descer porque está a Norte
Mesmo assim aproximámo-nos da Ponta da Piedade pela madrugada e ficámos um bocadito a lutar contra a corrente por falta de vento, tentando contornar uma armação de atuns que estava por ali. 
Depois de uma sessão de pesca à sapatilha no meio da armação lá contornámos a Ponta e entrámos em Lagos a bolinar como gostamos, com 18 nózitos pela proa.

Comemoração com o Doré
Uma coisa que gostei muito foi ter chegado sem estragos ao Algarve, com uma tripulação bem disposta, outra foi não ter apanhado falhas de vento prolongadas durante o percurso, que já apanhei noutras edições. 


Entrega do prémio ao Manel por ser o mais novo marinheiro deste Tour
  Foi uma semana muito bem passada e agradeço a todos terem comparecido para nos ajudar a levar o Breeze até Lagos. ( e também até ao Douro) e pela participação da tripulação na logistica necessária à participação neste Tour.
Aos senhores do CNC agradeço pela revitalização da regata mais emblemática da Nossa Costa.

Inté...