Gostei de participar, acho que é um percurso que todos os velejadores Portugueses deviam fazer.
A Costa Portugueza tem os seus encantos e não deixa de ser interessante reconhecer alguns pontos históricos e menos conhecidos de muita gente. É uma oportunidade única de passear acompanhado por outros com interesses próximos dos nossos.
O Breeze portou-se à altura |
Já fiz várias Voltas em diversas ocasiões e contextos diferentes.
Pessoalmente gostei muito desta, sem as vedetices e palhaçadas doutros tempos, gostei da falta dos media e dalgumas outras coisas que não me parece terem a ver com a Vela que apareciam noutras ocasiões.
A boa disposição é indispensável a bordo e felizmente continuou costa abaixo |
Gostei da Organização sóbria e atenciosa e do recebimento franco e simpático nas Marinas por onde passámos.
De seguida passo pequeno relato:
No fim de Julho lá
fomos pelo Atlântico abaixo em direção ao Algarve depois duma subida sem grande
história.
A primeira pernada
foi até à Figueira da Foz com vento a ajudar e com o pessoal a acomodar-se à
nova morada. Chegámos bem e o único percalço foi as baterias negarem-se a pôr o
motor a funcionar na aproximação ao cabo Mondego. Fizémos-lhes umas cócegas
e finalmente conseguimos arrancar o motor para dar carga já na aproximação à
linha.
O Luis além de saber da bicharada toda com que fomos cruzando também tem este estilo quando agarra no timão que desarma qualquer Castafiore |
Não ficámos muito
bem na classificação mas ficámos felizes por ter chegado dentro do tempo limite
apesar de na ultima meia hora termos muito que trabalhar para chegar à linha. O
vento parou a alguma distância da chegada e tivémos de cambar não sei quantas
vezes nesta ultima aproximação.
O pequeno grande marinheiro portou-se muito bem tendo-se equipado conforme as necessidades e dando exemplo a alguns adultos |
A etapa seguinte era
da Figueira a Cascais e saímos com bom vento para cumprir o percurso. Por volta
da Berlenga o vento aumentou e o mar engrossou um bocadito. Mas o pior não era
o tamanho; era uma vaga ruim que volta e meia nos entrava pela alheta e
obrigava a uma correção forte no leme.
Intrépido Navegador dos mares da Berlenga, agora de quase todo o mar Oceano banhando a costa Portugueza |
Após a Berlenga continuámos mais um bocado para Oeste e quando cambámos a coisa melhorou muito. Com bom vento
passámos o Cabo da Roca e acelerámos em direção ao Cabo Raso. Tudo nos
conformes.
Mais uma vez após
passarmos o Razo uma parada de quase 1 hora antes de conseguirmos cortar a
linha.
Mesmo assim fizémos
boa figura com a nossa melhor classificação 4º.
O Pedro fez de tudo: proa, leme e conselheiro culinário, além de fornecedor oficial do Doré e da adega de bordo |
Na etapa seguinte de
Cascais até Tróia a coisa parecia correr bem, rondámos o Espichel à frente dos
adversários com velocidade semelhante mas fiz uma asneira brutal:
Estavam muitos
barcos parados na entrada da Barra de Setúbal e todos, ou quase todos se tinham
colocado a Sul do canal para evitar a corrente vazante. Estavam parados. Resolvi tentar o
lado Norte. Parei também do lado Norte.
Eis senão quando os
barcos que vinham atrás de nós vêm em rumo direto, práticamente pelo meio da
Barra cheiinhos de vento, em contracorrente, e passam pelo meio dos expectantes.
Para apanhar este
vento tivémos de atravessar toda a Barra com a corrente contra e levámos em
menos de 1 hora de navegação cerca de meia hora de atrazo. Toma!
Na Tróia, véspera da grande Etapa gozando o intervalo |
A etapa seguinte era
muito longa: Tróia- Lagos é um fartote, mas o vento fresquito empurrou-nos para
Sul ao longo de quase 19 horas. Tivémos uma estratégia que não resultou muito
bem e fomos o barco mais lento.
Antes de tudo porque não me fizeram a sopa que
eu pedi, essa foi a causa principal.
Talvez devessemos ter subido o Spi quando o
vento abrandou, afinal íamos numa regata.
E escusávamos de ir tão a Sw. Quando
cambámos andámos para aí umas 15 milhas (duas horas ao largo) para pôr S.
Vicente pelo través e ainda por cima com a grande rizada e a meia carga que
não dava para caçar mais com o Norte que ali estava. Não estava muito vento mas chegava para o Breeze mostrar as cuecas.( vi 33 nós mas desconfio que não vi mais porque a vela rizada tapava a ''trónica'').
Tudo isto é fácil dizer depois, mas na hora....
A Ponta de Sagres é mesmo assim a descer porque está a Norte |
Mesmo assim aproximámo-nos da Ponta da Piedade pela madrugada e ficámos um bocadito a lutar contra a corrente por falta de vento, tentando contornar uma armação de atuns que estava por ali.
Depois de uma sessão de pesca à sapatilha no meio da armação lá contornámos a Ponta e entrámos em Lagos a bolinar como gostamos, com 18 nózitos pela proa.
Comemoração com o Doré |
Uma coisa que gostei muito foi ter chegado sem estragos ao Algarve, com uma tripulação bem disposta, outra foi não ter apanhado falhas de vento prolongadas durante o percurso, que já apanhei noutras edições.
Entrega do prémio ao Manel por ser o mais novo marinheiro deste Tour |
Foi uma semana muito bem passada e agradeço a todos terem comparecido para nos ajudar a levar o Breeze até Lagos. ( e também até ao Douro) e pela participação da tripulação na logistica necessária à participação neste Tour.
Aos senhores do CNC agradeço pela revitalização da regata mais emblemática da Nossa Costa.
Inté...
3 comentários:
Obrigado por terem partilhado a V/ participação no Tour.
Bons ventos para o Breeze!
Eu não descreveria melhor o que foi o "Tour". Foi a 5ª vez que participámos e realmente sem vedetismos particulares ou mediáticos, foi uma edição das que mais gostei ! Apesar de já termos tido melhor classificação, esta soube bem ! Um abraço dos CARIOCAS !!!
Eu não descreveria melhor o que foi o "Tour". Foi a 5ª vez que participámos e realmente sem vedetismos particulares ou mediáticos, foi uma edição das que mais gostei ! Apesar de já termos tido melhor classificação, esta soube bem ! Um abraço dos CARIOCAS !!!
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